domingo, 16 de março de 2008
Meus versos esperam....
Meus versos são desesperadas tentativas de fuga
do silêncio que ronda meus ouvidos na madrugada madura
do roubo de vida que os dias me obrigam a ver
do rombo na lua que a chegada da estrela vazia
torna precisa e insegura a estrada que estou por dizer.
Meus versos são salvação e susto d'alma branca
ligeiros deslizes da sofreguidão com que corro
ao encontro desses braços que não estarão lá
que inexistem ou sugerem o sonho desfeito
insatisfeito desejo de razão entre os ventos e
incertezas nas curvas percorridas pelo coração.
Meus versos são marcas na pele arrepiada de frio
tatuagens de símbolos significados sussurros suores sons
são linhas dançantes de bailarinas invisíveis
que prevêem o próximo movimento e entristecem
são luzes vermelhas que indicam o perigo e o cuidado
são cruzes e velas e barcos e algozes e exércitos e charcos
por onde meus pés se molham e por onde minhas mãos
deslizam e desligam e desmontam e desmentem e desesperam...
Meus versos esperam...
Aos 52 minutos do dia 16.03.2008
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