quinta-feira, 22 de maio de 2008

De volta ao começo


O tempo pára nas asas
de um amor partido.
São puras as metades
que separam o débito
do que já não é devido.
São cruas as passadas
de dois, que se distanciam.
O todo sem partes
é meio esquisito.
Parece queijo suíço
sem sal, dó ou doçura.
Assim somos nós
depois do adeus dito.
Desdigo o absurdo
da perda sublime.
Que nada!
Na ponta da faca
dou murro!
Esburaco a pinça do medo.
Estremeço a pele sem tinta.
Agora é que começo
tudo de novo
outra vez.

Respiro.



Aos 29 minutos do dia 22.05.2008

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