sábado, 17 de maio de 2008

Fotografia

Paraliso o instante que quero guardar - são tantas as horas que ficam pra trás - os sonhos contidos, as lembranças criadas baús de tesouros incalculáveis na energia condensada numa folha de papel especial. Areia movediça. O presente remete ao passado num piscar de olhos e de lentes automáticas. Os teus olhos as minhas lentes as tuas lentes os meus olhares para um horizonte que se encerra logo ali quando o retrato se rasga feito véu apodrecido de noiva largada no altar. O álbum embrulhado pra presente caixinha de música inaudível que teima em tocar na mente. A canção do primeiro encontro do encanto do brilho no olhar a canção do primeiro beijo do encanto do brilho no olhar a canção do primeiro sonho do encanto do brilho no olhar a canção do primeiro adeus do desencanto da lágrima no olhar. A eternidade presa na imagem. Areia movediça para o bem ou para o mal. Decide quem a tiver que pisar. 17.05.2008 - 20h45min

3 comentários:

Anônimo disse...

Amiga Si, a eternidade é aqui e agora, não nos iludamos, nada tá por vir, tudo está à nossa disposição, precisamos saber ouvir, ver e sentir o momento de aproveitar. Não há esperas! há momentos!...
orlando

Filipe Garcia disse...

Oi Simone!

Há momentos que a gente devia embrulhar em papel de presente e guardar pra poder abrir no Natal. E você deixou muito claro essa necessidade do ser humano de querer reviver momentos inesquecíveis. Sua sensibilidade chegou aqui desse lado e minha alma sorri agradecida.

Um beijo.

Nathalia disse...

Eu, em desesperança profunda, joguei pela janela a fotografia de nós dois.

Ela se foi bailando leve e triste pelos cantos do mundo.

Se alguém encontrar o retrato, faz favor de imaginar que fomos e que somos felizes; e que há amor. Pois enquanto houver alguém que acredite na existência deste amor, ele, de alguma forma, permanecerá vivo.