sexta-feira, 11 de julho de 2008
Insônia
Teço o infinito na terça parte da noite
quando teu sono abastece de sonhos
as luas e os astros que luzem por ti.
Tranço sementes de sombras
nas arestas exatas das horas que passam.
Enfrento sozinha os monstros que passeiam
descalços nas silenciosas madrugadas.
Ruas vazias de empertigados viventes hostis.
Ruas exaustas de riso e esperança
exultantes de prazer e crença
extenuantes: fulgor e dança.
Enriqueço a presença rasgada
na fotografia escura que fiz.
O verso encoberto de areia
e a curva no corpo insone
serão testemunhas das linhas
que eu jamais escrevi
mas que leste em meu ventre
ontem
quando te servi.
11.07.2008 – 02h33min
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