quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Ostra
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Sou Ostra.
É o que te bastará saber.
No mais, escreve e sonha;
que os dragões dormitam longe
vomitam incoerências ardentes
e sanguinolências indecentes.
Sou Ostra.
E que o orvalho da madrugada
te entregue um verso
soprado por um deus qualquer
daqueles que não se importam com nomes
daqueles que não têm rosto ou história conhecida
mas que te sabem ver.
Sou Ostra.
É o que te bastará viver.
No mais, mergulha e sonha;
que as balbúrdias pedem passagem
que as horas urgem sedentas
que as entregas atrasam deveras
e os mortais não ousam morrer.
Sou Ostra.
Ladeio meus versos com pérolas.
Sou eu tua pérola, Ostra,
santa E meretriz.
E que te bastem
tuas próprias gárgulas...
O S T R A!
E que te bastem
teus próprios demônios...
10.09.2008 - 01h03min
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Um comentário:
Daquelas formidáveis intensidades guturais que vêm como que regurgitadas devido aos espasmos involuntários que a força da sua palavra provoca.
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