quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Olhar

Eu não tenho olhos azuis.
Eu não tenho olhos castanhos.
Eu não tenho olhos de cor alguma
que se perceba à claridade
de um olhar qualquer.
Eu não tenho sonhos azuis.
Eu não tenho sonhos castanhos.
Eu não tenho sonhos de cor alguma
que se perceba à claridade
de um olhar qualquer.
Eu não tenho caminhos azuis
muito menos caminhos de rosas brancas
ou de espinhos, sequer, eu tenho.
Eu não tenho caminhos.
O que me há
é um tal gemido constante
que pinta meus olhos
de cores berrantes,
nem um pouco sutis.
O que me tem
é um estado de alerta distante
um tremor de dentro
um desejo ardente, persistente,
de imperiosa meretriz.
O que me leva
é a força de um tudo
dissolvido nas partículas
de minha particular esfera.
Eu não tenho um olhar.
Eu SOU.
30.10.2008 - 18h05min

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