
Nevoeiro.
Transcendente espaço.
Mágica concreta
de palpável calor.
Escolho vocábulos nas falas
de versos dos livros fechados
que pousam nos traços
das faces de anjos guerreiros.
Voejantes asas azuis.
Espanto episódios impróprios.
Escrevo absurdos
e sinto saudade
de tudo o que está por vir.
O porvir guarda o santo...
Sem sonhos sou frouxa.
Afrouxo os cintos da vida
que me suspende
que me delira
que me batiza
sem trégua, nos dias vadios.
Ouço as vozes da impertinência
e sacudo a poeira penitente
dos pés descalços de frio.
Libélula irrequieta,
acentuo meus medos
assento nas mãos
de luvas libertas.
Sou espinho e pedra no sapato
(o teu?).
Humana, cambaleio
entre tuas pernas.
Humana, serpenteio
entre as penas que sofro.
Humana, sacrifico
apostas outrora impostas
pelos meus desvarios.
Humana, atravesso a lua
e morro de fome todo dia
pra renascer faminta à noite
nutrida de força
mas, principalmente,
de poesia.
16.03.2009 -13h44min
Nenhum comentário:
Postar um comentário