sábado, 14 de março de 2009
Louca de pedra
Louca
de uma loucura sadia
de uma esperança insana
de uma maluca doideira.
Louca
prendo os cabelos
e os cachos se revoltam.
Solto as revoltas
e os cabelos se ajeitam.
Louca
completamente muda
mudo meus cheiros
mudo meus mundos
mudo os espaços vazios.
Louca
navego estrelas
estrelo espetáculos
espanto o equilíbrio
destruo as metas
meto o pé na estrada
e na porta fechada
que me impede o vôo.
Louca
camisas de força
enforcam os livros
que jamais escrevi.
Louca
boneca de louça
envolta em trapos
rasgados de estio
estico os elásticos
cansados dos dias
cansados dos frutos
cansados dos ventos
que não sopram
que não vibram
que não futuram.
Louca
invento verbos
que não entendo
crio melodias
que não se cantam
construo obstáculos
que não impedem.
Louca
varro os ciscos
dos olhos fechados
invado barreiras
fecho a boca e as mãos
dos monstros
que devoram os medos.
Louca
não perdoo
nem perpetuo.
Louca
tomo remédio.
Vicio.
Louca
espero por TI.
Té que me restabeleça
e morra
enlouquecida
de falta
de excesso
de queda
de uma razão que não sofri.
LOUCA!
14.03.20096 - 15h03min
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2 comentários:
Toda essa loucura não pode ser desperdiçada.. Assim fico louco..de pedra eu já sou, de pedra serás..Louca.
Seus poemas são lindissímos.
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