sexta-feira, 13 de março de 2009

Retalho

A surpresa atira-me ao rosto o instante
incógnito.
Saliento as esferas de sóis, luas, estrelas cadentes
incandescentes futuros
que não sei onde
nem d'onde virei.
Suspendo expectativas absolutas
espero o bonde da vida
impaciente.
Sangro antigas cicatrizes
quando o real me inunda.
Perco a hora, a razão, a cabeça e a medida
se me faltam as fraldas do afeto na ferida.
E sou deveras ambulante
pra ser cigana.
E sou deveras estreante
pra ser maldita.
E sou deveras dissonante
pra ser artista.
Suo água doce.
E o instante?
Recuo...
13.03.2009 - 16h12min

Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

Há sempre uma razão para se perder a hora e a cabeça.. Enigmática mulher.. Obrigado pelo lindo poema e pela linda imagem.. A cor e textura da tua pele parece mármore português..(Não me pergunta como sei da textura). Abraços..
_Ouvi dizer que fará um bom tempo para um papo..