quinta-feira, 18 de junho de 2009
Último suspiro
E eu me concedi o direito de calar
calei a voz
calei a dor
calei o absurdo
de abster-me de dizer.
Fechei os olhos, a boca, os ouvidos,
curei os rastros
apaguei as cicatrizes todas.
Verti os sonhos
nas taças do medo
que emergiu do precipício
onde resolvi me libertar.
Calei a secretária eletrônica
e as luzes dos faróis
as fumaças dos cigarros
e os sentidos
e os surtos
e os lençóis.
Calei o silêncio.
Pr'onde sopro,
agora,
os véus?
Ausente de tempestades
os vendavais são delírios acesos
no meio dos quintais
das famílias abastadas
que se afastam
e me arrastam
no redemoinho das convenções.
Pr'onde sopro,
agora,
os véus?
17.06.2009 - 0h45min
Um tênue e extenuado último suspiro
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Um comentário:
Impressionante! Sopra!!! Sinta o sopro!!! E que os véus sejam naus oníricas, ou reais! - Saudações +q Poéticas
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