quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um palhaço sonha

Acompanho a mim mesma procuro status de ocupada nas linhas do horizonte distante que tracei co'as tintas de meus cabelos outrora vermelhos, hoje breus. Pimenta são os olhos dos outros nos meus colírios. Banho as mãos n'água quente de espumas sem toalha pra secar as lágrimas ou os apuros mensais. Mulher, meu alimento é a poesia. Humana, me alimento de ar. Um passo após o outro e nenhum me tira daqui ou me arrebata de lá. Copio ilusões e tomo posse do qu'inda terei antes do tempo previsto na agenda descartada de ontem cheia de rabiscos e riscos sobre as letras descartadas também. Desperdício de inspiração. Entoo uma canção antiga daquelas que Antonio Marcos não canta mais. O palhaço sou eu ou a tinta que escorreu do meu quadro? Não entendo as balbúrdias e os desassossegos a que me obrigo ou aos quais obrigo os que me amam. Amasso o coração já partido e se participo do ritual macabro de aliar-me ao elo que me une a um mundo perdido é por não ter absolutamente mais nada pra fazer. Não avalio possibilidades nem elas a mim. Pretensão boba essa minha de querer ser vista pelas possibilidades distraídas que estão com a arte de serem mínimas. Meu voo não alça dança salsa enquanto o palhaço ri da minha crença. Dias melhores virarão... 26.08.2009 - 21h

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