terça-feira, 6 de outubro de 2009

De louco e poeta

Tenho um amigo
paulista/poeta
que insiste em dizer
que me faço de louca
mas certa da cabeça
sempre vou ser.
Esse tal amigo
diz que meu sonho
acordada ou dormindo
era ter nascido doida
de pedra
de ouvido
de delirante umbigo
só pra ter o prazer indizível
de ser diferente
e talvez dessa forma
não precisar 'dizer'.
Não sei se é nele a razão
não sei se a razão é em mim
não sei sequer se quero saber
até porque
de louco e poeta
além de mendigo e doutor
todo o mundo tem um tanto
o meu pouco eu guardo aqui
e te ofereço
se aceitas, fico grata
caso não, sinto, mas não morro
que de vida tenho sede
e de morte um dia vejo
agora não
agora não
que agora estou ocupada
à milésima maluquice
dando plena vazão
.
.
.
06.10.2009 - 21h41min

Um comentário:

Anônimo disse...

Pouco, muito pouco, se sabe o quanto a loucura nos completa, mormente num mundo onde não há mais regra intacta... onde a verdade foi mutilada...