domingo, 15 de novembro de 2009

Caos

Tomo nota de restos de antigos versos
que não cheguei a escrever
na tábua rasa do meu quarto vazio
nas asas de aleijados querubins.
Resgato passos em falso
falseio indicações precisas
das quais desconfio, não sei por que.
Encontro desatinos e intervalos
mergulhados nas fendas escuras da dúvida
de tudo o que ficou suspenso
do que nunca foi esclarecido
nem o será.
Retiro minhas migalhas de estrelas
das frestas do telhado de vidro
quebrado pela nota aguda mais alta
saída da garganta do tempo
que eu cansei de destruir.
Nego a luz da ribalta
arremesso balões no meio do caos
cascalhos de assuntos quebrados
entornos de espelhos sem fios.
Descanso na rede
esqueço a hora e a melodia.
Desisto da tarde
por ser cedo
ou por não haver mais...
Recomeço.




15.11.09 - 13h57min

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