sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Concepção

Jogue-me uma semente
deixe uma migalha cair
cuspa-me um 'ai'
e disso farei minha poesia.
Não precisa rebuscar
palavras antigas lidas
n'algum remoto lugar.
Desnecessário criar outra esfera
ou fingir um recomeço.
Inútil pesquisar belezas
nos partos vividos por outrem.
Quero esses teus suores noturnos
a vida que brota de ti agora.
Quero tuas experiências particulares
e as construções que eu vi.
Quero teu sangue e tua alma
pra injetar nesses meus versos
e por eles dizer
que a poesia é fruto da vida
da voz que agora grita
da unha cravada na pele
da divisão perdida.
A poesia é fruto da tua seiva
combinada co'a minha.
Fala.
Reclama.
Pranteia.
São teus olhos
que eu desenho aqui.







15.01.2010 - 04h56min

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