terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Desaforo

Amasso os papéis
rabiscados de números
de telefones de terceiros
e de limites de horas
de conversação.
Escuto as campainhas
estaladas nos calcanhares
da sombra que me aguarda
nas prateleiras da cozinha
ao lado da geladeira
de ferver solidões.
Todo dia encontro
um pano solto de algodão
nas madeixas de um raio de sol
que se enrosca aos meus olhos
e por instantes cega minha imperfeição.
Sou dever
alinhamento e linho cru
chama de vela extinta
qu'inda alumia
lentamente
essa minha poesia.






09.02.2010 - 20h45min

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