Escrevo.
Vão-se meus dedos
anéis e planos
escorregando por oceanos
de detalhes, vírgulas e sensações.
Grãos de areia nos sapatos das gentes
gotas d'água nos tempestuosos copos
virados de cabeça pra baixo
sobre mesas vazias
de desconhecidos ausentes.
Escrevo.
Vão-se os suores e as permutas
os sonos e as calculadas
variações nas rotas dos cometas.
Vão-se os vãos das cartas marcadas
e as premissas de estiletes afiados.
Vão-se os meus delírios
e as minhas sacadas
os termos abstratos e as favas contadas.
Vão-se os interlúdios
os colóquios
os diálogos certeiros
as prendas bonitas
as plantas rasteiras.
Vão-se as almas de terceiros
e os nascimentos
os fins e os meios.
Escoam
quando escrevo
os meus
medos...
Aos 52 minutos do dia 27.04.2010
3 comentários:
Ou você nunca entra no MSN que aparece no seu perfil, ou você decidiu não me aceitar mesmo por lá, porque lhe enviei pedido de adição e você não respondeu até agora. Gostaria de dar-lhe algumas dicas, para melhorar seu trabalho. Tanto de produção escrita quanto fotográfico. Fica difícil ensinar você por aqui.
Garanto que você só teria a ganhar, melhorando a qualidade do seu blog.
Roger
Vi teu convite lá e neguei.
Quanto às tuas críticas, SE elas tiverem algum remoto embasamento teórico, poderás enviar (o embasamento teórico - pra deixar bem claro) por e-mail, já que, provavelmente, tanta eloquência não encontraria espaço neste local, reservado para comentários breves.
Sobre ser este um 'diário da vida real ou sonhada' (palavras tuas), tens todo o direito de pensar o que quiseres. Fique à vontade.
Agora, se me permites (e ainda que não o faças), vou tratar da minha vida, ops... perdão... vou tratar das minhas vidas, a real e a sonhada.
'(...)
Mal sabes o bem que faz à gente
ter sonhado
e haver vivido o sonho'.
Mário Quintana
Nosso motivo de gargalhadas, o sr. Roger, dessa vez se superou.
Dizendo que tem algo a ensinar, nosso Bozo de plantão, vai matar alguém de tanto rir.
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