sábado, 24 de abril de 2010

Espaço

E por falar em espaço
falta espaço em mim
daí o grito
o desabafo
não de tristeza
que já nem sei se existe
na face da terra onde piso
mas de radiância
palavra inexistente em riste
que me dou o direito de inventar.
Invento palavras
rimas
danças
e arremedos.
Invento tudo o que tiver que inventar
inclusive repetências.
É que ando saltitante
e satisfeita debalde
ou de balde
ou aos baldes e baldes e baldes
quantos forem necessários
pra comportar meus risos.
Ao longo dos dias
trancada na biblioteca, amo.
Amo nos coletivos
nos supermercados
nas farmácias
nas páginas dos livros
nas vídeo locadoras.
Ao longo das tardes
entre todos os sabores, amo.
Amo nos tropeços
nos desacertos
nos conformes
nos passos dantescos.
Ao longo das madrugadas
entre lençois e ternuras, amo.
Amo nos murmúrios
nos abraços
nas fomes
nos descansos.
Amo nas chegadas e nas despedidas
nas primeiras chego contigo
nas últimas me levas junto.

Falta espaço em mim
por isso preciso da tua ajuda
pra carregar o peso pena
do amor perfeito 
que vamos construindo pra nós.
Juntos.





24.04.2010 - 04h20min

3 comentários:

Roger disse...

Entenda, gatinha (haja paciência!). Se falta espaço em você é porque não é para ser. Se você não consegue segurar toda essa alegria, é porque é demais. Não é normal. O normal é conseguir conter o que se sente. E se não é normal, então não é bom.

Acho que você não prestou atenção antes, por isso vou repetir, que o normal sou eu. Esse Mané é loucura. E ninguém vive louco pra sempre.

Venha para o lado normal da vida, gatinha. Aqui as pessoas riem também, e amam. Eu mostro pra você.

Simone Toda Poesia disse...

Roger

Sugiro que economizes tuas estratégias nepentes. Elas não funcionarão comigo.

Aliás, me desculpe, mas esse teu último parágrafo parece propaganda de cigarro...rsrs... desculpa, desculpa, desculpa, mas não resisti...rs

Blue Knight disse...

Não há espaço suficinete em toda a vastidão do universo, nem haverá, suficiente para conter a explosão originadora do nosso amor.