sexta-feira, 21 de maio de 2010

Conjectura

Se for poesia isso que meus olhos buscam
inocentarei minha inquieta natureza
comprarei álbuns de flores
e forrarei o horizonte de suspiros mudos.
Se for arte isso que meu sonho desenha
dançarei um tango em Roma
garimparei rolos de maçã nos pátios de Paris
e enrolarei grampos de cabelo nas páginas da vida.
Se for concordância isso que professa meu lábio
beijarei três quartos da árvore de outono
soprarei bolhas de sabão nas inexistências
construirei assinaturas de paredes de espuma.
Se for vida isso que atropela as horas
pintarei os contornos do corpo espectral
esquecerei as estrelas de sal molhadas
nascerei renovada no dia seguinte de depois de amanhã.



Se não for
.
.
.

perdoarei meu erro
mergulharei na sombra
e
nascerei renovada
no dia seguinte
de depois
de depois
de depois
de amanhã...





21.05.2010 - 01h22min

Um comentário:

Blue Knight disse...

Não há erro. Nem conjectura há de ser necessária.
Somos a certeza. A única que há.