segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu II

Sou de tudo um pouco, inclusive nada.
Sou uma montanha de saudade.
Sou desperdício e verdade.
Sou fim e começo, intensa vontade.
Sou empolgação e estardalhaço
estilhaço de bala de menta
encontros sortidos e cores marcadas.
Sou torcida de fim de campeonato
e cicatriz em dedo anelar.
Sou estrondo e silêncio contido.
Sou da dança o passo
e a ponta da trança no verso
do rock pauleira
que eu aprendi a te devolver.
Sou confissão em página de diário
e vestido preto em filme antigo.
Sou presilha de cabelo em dia de chuva
e gota de orvalho escorrida na ponta do espelho.
Sou janela aberta para o Leste
e alinhavo de importância real.
Sou eu mesma
travestida de disfarce
e de sólida revelação.







10.05.2010 - 21h34min

3 comentários:

Luciano disse...

Simone, você é um misto de coisas confusas. E essa confusão toda é que faz de você uma artista talentosa. Não sei como você não está nas páginas de cultura mais visitadas deste país. Quando você estiver, e espero que seja em breve, acredite, eu fui um dos que torceu muito pelo reconhecimento do seu trabalho. Reconhecimento, não sucesso, porque sucesso você já é.


Saudações Poéticas


Luciano

Cello disse...

Acho que nos conhecemos há tempo suficiente pra eu poder afirmar, sem a menor sombra de dúvida, que você é tudo isso de fato. E mais um pouco.
Você é o exagero personificado. A intensidade de saias e botas de cano longo. Você está dentro no verso "Sou estrondo e silêncio contido". Seu estrondo é constante. Fascinante como você consegue emanar tanta energia e não sugar a dos que a cercam. Ao contrário. Você empresta a quem lhe rodeia uma vitalidade digna de uma menina de 15 anos. Você acredita na vida e vive de acordo com essa crença. Você é uma mulher excepcional e um ser humano ímpar. Extremamente interesseira quando se trata de aprendizado. Perigosamente despreocupada com dinheiro, mas faminta de conhecimentos. Você não quer saber o que o outro tem ou deixa de ter, mas quer saber quem o outro é ou deixa de ser. E tenta descobrir isso fazendo barulho! Você só está em silêncio e só se fecha em copas quando está brava ou triste. E como nada em você é pouco (você não sabe nada dessa medida: pouco), sua fúria é maldita e sua tristeza, de morte. Seus extremos não vão de 8 a 800, mas de zero ao infinito.
E pensar que, apesar disso, você é mais suave que a pluma mais rara.
Que bom que eu tive o privilégio de escrever o seu nome na minha biografia.
Você é a melhor "tempestade" que alguém pôde ter na vida.



Beijos
Cello
(Sentindo uma montanha de saudade de você)

Simone Toda Poesia disse...

OI, MARCELO!!!!

Séculos, guri! Por onde andas? Escrevendo adoidado, suponho...rsrsrs... Sei que estás muito ocupado e também sei que sempre dás um jeitinho de ler minhas coisas. Obrigada pelos comentários. Sabes o quanto te quero bem e o quanto prezo tua opinião.

Entre, sente e sinta-se à vontade. A casa é tua.

Mil beijos