quarta-feira, 19 de maio de 2010

Medição

Procuro o vocábulo exato
que defina a medição única
do que já não cabe em mim.
O idioma não importa
nem a dificuldade de pronúncia
ou o número de sílabas expostas
carne viva no face a face
de nós dois.
Invoco os dicionários de rimas
e enredo-me nas teias do instante
feitio de feltro e sensação.
Empacoto os conceitos
inverto as consequências
crio alternativas que não são.
Engravido do vocábulo
despido de previsões absurdas.
Absolvo as expectativas
e resolvo a questão -
o vocábulo já existe
teu nome,
envolto em papel de seda e ouro
a medida exata da minha paixão.



Aos 57 minutos do dia 19.05.2010


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Onde vá


Onde quer que vá

Leva o coração feliz

Toca a flauta da alegria

Como doce menestrel
 
 
Onde vá
Onde quer que eu vá
Vou estar de olho atento
À tua menor tristeza
Pôr no teu sorriso o mel.
 
Onde vá


Vá para ser estrela

As coisas se transformam

E isso não é bom nem mal

e onde quer que eu esteja

O nosso amor tem brilho

vou ver o teu sinal.
 
 
POR BRILHO - Oswaldo Montenegro

3 comentários:

Anônimo 1 disse...

Reforma relâmpago, com ou sem ajuda, não importa. O que interessa é o que resultou dela. E olha que valeu a pena. Se você tiver outros minutinhos de reforma, outros poemas perfeitos teremos pra ler.

Parabéns. Pela reforma e pela produção.

Ricardo Kersting disse...

Acho que não existe vocábulos para externar toda a tua arte, mas há sem dúvida, uma plêiade de formas e versos que usas e brincas, tanto que às vezes nem percebes.
Essa grandeza em ti é tanta que é normal, apesar da realidade crua, nos entregar diuturnamente uma realidade poética de maneira tão sublime. Essa é a realidade que nos deixas perceber e a que lemos, absorvemos e prostramo-nos agradecidos.

Aproveita que estou calmo!!!

Beijos.

Anônimo disse...

Às vezes eu acho que você poderia usar sempre as mesmas palavras, não tem a menor necessidade de inventar uma nova, pra mudar tudo o que você diz e pra dizer tudo de novo de outros jeitos, um mais bonito que o outro.
Você respira arte. Ela é tão natural em você que já faz parte da sua pele. Imagino que você não transpire para produzi-la, como exigiriam alguns puristas. Ela não é seu suor. Ela é seu ar. Seu sopro de vida. Tomara que isso seja tão bom pra você quanto é pra nós, seus leitores.


A sua poesia "tem brilho". Nós, os que te admiramos, vemos "o teu sinal", onde quer que você vá, com certeza.


Escreva sempre. Escreva muito. Você nos faz mais bem do que imagina.