sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sandice

Movo as peças que me cabem
como se outra eu fosse
me vendo de fora de mim.
Falta-me o limite
do que sobra no absurdo.
Os pensamentos nascem sozinhos
fertilizados por uma gota de veneno.
A morte seria um bom argumento
não fosse a força da vida
que me obriga a furtar o instante
das mãos da insone noite tida.
Arranjo um outro intervalo
intercalo períodos delirantes
de puro fastio e demência.
Ensandeço-me.




21.05.2010 - 5h28min

2 comentários:

Ricardo Kersting disse...

Engraçado, acabei de usar essa palavra "sandice" numa postagem, também lembrei de ti enquanto lia a mesma.
Mas juro que não tem nada a ver contigo, a sandice que me refiro é bem diferente da tua.
Beijos..

Simone Toda Poesia disse...

Gosto da sandice. Na verdade, cultivo a sandice...rs... Um esconderijo que me protege da realidade. Feito Pessoa, eu não quero a realidade, nem o tempo que a mede, eu quero é ser feliz. E isso, definitivamente, não tem nada a ver com o que se considera normal. Não pra mim...rs

Abraços