deixa-me pensar na ilogicidade da poesia
no escândalo que é inverter os sentidos
e agarrar-se aos versos
como quem busca a cura
para os males desconhecidos
ou paralelo para os mitos conhecidos
ou só uma tábua de salvação
deixa-me andar pelas sendas da inocência
e usar rimas na minha canção
inenarrável aventura diária
que independe das parcas moedas
eventualmente tilintantes nos meus bolsos furados
independe de respostas amorosas
e de companhia mais digna
além da caverna de uma beleza vazia
o sal da história antiga
dá gosto à edição d’outros verbos
vocábulos d’outras línguas
sonâmbulos criados
feito deuses supremos
fagulhas de sinfonias supostas
jazz
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