quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Suficiente

Minha poesia mora n'algum lugar misterioso
sem sal e sem açúcar e sem pudor
desprovida de vestes e peles
desligada de letras e formas e símbolos
esquecida das convenções e regras e limites.
Minha poesia perdeu-se no último vestígio de ritmo
na casa seis da linha dupla na esquina clara
de um minuto que não volta mais.
Minha poesia migrou de mim
emigrou, imigrou, emagreceu,
exclamou um derradeiro suspiro
e voou...
pr'algum lugar misterioso
longe
longe
longe
impossível de alcançar
inenarrável
indefinível
.
Té que os princípios se bastem...



Aos 15 minutos do dia 08.09.2010

Um comentário:

Marcello disse...

Sua poesia mora em vc. E vc é, sem dúvida, "um lugar misterioso", transbordante "de letras e formas e símbolos". E que formas, heim? hehe.
Sua poesia não está longe. Está aí, nas pontas dos seus dedos, no brilho dos seus olhos, querendo explodir. Simone, a mulher-bomba de poesia. Hehe.

Beijos


Cello