Se hoje faço poesia
é que a folha me define
nas letras dispersas que aliviam-me os medos
e incendeiam meu futuro mistério.
Se hoje rasuro linhas
entre uma e outra costela fraca
sanciono alicerces de plástico
em botões de rosas rasgados.
Lúcidas conferências imaginárias.
Confiro tons de lilás às promessas
e recolho restos de rupturas passadas
pra não ficar completamente nua de memórias gastas.
Se hoje despejo versos
nas alamedas aleatórias sem prumo
é que me impedem as convenções
de convencer d'outras formas
além das estrofes tortas e sem rimas
que eu tento desiludir de antigos ranços.
(Não se engane comigo.
Não sou assim tão lenta
nem tão linear vai o que sinto.
Esperneio.
Impeço a distância.
Inoportuna é a sã mente.
A loucura me ronda).
Se hoje destilo poesia
é que meu veneno tem pimenta
e meu doce te aninha
nos fluidos do corpo que desejas.
Cuidado comigo.
Eu mordo.
E permaneço.
08.11.2010 - 01h38min
Nenhum comentário:
Postar um comentário