terça-feira, 24 de abril de 2012

Vide Verso

Sonolenta, esvazio sinistros assovios
no palco lento
do lerdo cruzamento
de esfumaçados padrões.
À beira das decisões
encosto fraturas
aos versos expostos
as espelhos d'água vistos
aos recortados portões.
Grito.
De rouquidão vidente
avaliso a longevidade do lábio
que brilha.
Razão  de sobra
degrau sem lenço
corrimão sem linho.
Acuada, risco a sombra
como quem padece
nas entrelinhas da testa
e descobre os segredos
os santos
os atalhos.
As dimensões flutuam.
Os vultos são só detalhes.
Confesso.
Confirmo o já sabido:
gente não sou
sou verso desnudo
cuspido por deus errante
sem rosto
língua
ou resto.
Sonolenta
poetiso...







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