quarta-feira, 27 de junho de 2012

Amiúde

Os pulsos
cravejados de digitais
apetecem jazigos.
As primeiras folhas
dos dicionários
não tem sentido
nem tato
nem olfato
nem libido.
Palavras pescadas
à esmo
semanticamente poetadas
nas contrações
do parto-texto
insistem em descrever
obviedades estranhas
argumentos aparafusados
uns nos outros
gêmeos nem um pouco
idênticos
identificados instintivamente
na cor da íris
falsa.
São sete
os dias do mês
que manquejam em
coxos períodos irregulares
e as conversas paralelas
esperneiam anuências
como se delas desprendessem.
Ledo engano este
que depende de saborear o petisco pobre
feito carvão dormente
em mão trêmula.
Entre as quatro paredes do camarim
emolduram-se os próximos
discernimentos
cambaleantes desacatos
nas vidraças escuras
protegidas de películas
e desperdiçadas energias.
Salvam-se os sonhos
desses que são snhados
sem tentativa alguma
na encruzilhada burlesca das horas.
Os fundamentos
afundam-se
na frustração recém sentida
e inauguram
uma nova estrada
d'onde a fuligem escapa
e a fração de segundo
é a única sentença exata.
De imutável
basta o sarcasmo da vida
dividida em carcaças e
libertinagens.

Haja rascunhos...

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