sábado, 8 de dezembro de 2007

Lascívia

Desorganizo meu mundo

e mostro-me indefesa diante

da tua boca voraz.

Diferentes civilizações moram em mim

tanto quanto em ti

e a ficção persegue-me os instintos

todos voltados ao prazer

de saber-me dona dos meus quadris

enquanto teu corpo se encaixa no meu.

Retrato a precisão com que teus olhos

ferem os meus

precisamente no momento do gozo.

Alcançam o sol que me sustenta

a energia guardada

nas gavetas secretas

trancadas secretamente a sete chaves.

Mas tu não precisas das chaves

ou dos segredos

ou das senhas

ou coisa que o valha.

Penetras nos meus olhos com os teus

e o sexo, então, é mero detalhe.

O jogo ao qual nos entregamos

é teu e meu em partes iguais

em fúria e alento

descanso e dizeres roucos

loucas misturas de sabores

e sensações de afetos que se encontram

que se encantam mutuamente.

A serpente hipnotizada

pelo canto da sereia ardente

que convida à alegria

em decúbito dorsal.

Não deixamos de ser.

Individualmente, sou em ti

Individualmente, és em mim.

Lascívia... 19.11.2007 - 15h17min

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