sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Maluquice

Como é que se cura maluquice? Maluquice não tem cura, meu amor. Ela está entranhada no sangue das tuas veias, está na tua alma, no teu corpo, coração. Te persegue, te assombra, te escoa, te abençoa, te abraça, te esconde à razão. Maluquice é estilo de vida boa, filosofia de primeira, faceirice de patroa. É pegar um verso curto e transformar em prosa, em conto, em garoa. É cantar na cama, bem no meio da noite escura mas canta baixinho... sussurra... pra não despertar os fantasmas, tadinhos, precisam dormir... Maluquice é gostar de ir dizendo tudo sem falar mais nada, antes mesmo de falar. É calar aos gritos, de socorro, de gozo, do que for. É esgueirar-se sutilmente da dor. É entrincheirar-se entre dois braços, mesmo que sejam os próprios, como se fosses uma flor. Ora! Sejamos loucos, poetas, profetas em terras secas, distantes, desertas. Sejamos malucos por natureza, mesmo que não bonitos, mas esbeltos de nascença. No nascedouro dos sonhos, tenhamos lenços pra enxugar as lágrimas de chorar quando a saudade da lucidez, enfim, chegar... Aos 18 minutos do dia 10 de outubro de 2007, enquanto a saudade da lucidez não chega... que não chegue de vez...

Um comentário:

Anônimo disse...

Começou aqui