segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Do tempo


O tempo é o senhor da razão.
É ele quem guarda,
na misteriosa passagem sua,
todos os mistérios e respostas,
que talvez nunca se nos revelem,
que talvez nunca se nos apresentem.

O tempo é o senhor da evasão:
evadem de nós os nossos sonhos,
nossos brios, devaneios, soluções,
que pensávamos já alcançadas,
que pensávamos já resolvidas.

O tempo é o senhor da paixão
é ele quem assegura ou destrói,
quem nos enfeita de flores na primavera
de um interesse, que até pode não vingar,
mas que desejávamos forte e duradouro
que desejávamos sem começo, fim ou morte.

O tempo é o senhor da mansidão
faz-nos sábios, espertos, malditos talvez
querendo nós, ou não, mancos ou perfeitos.
Tanto faz!

O tempo somos nós!



07.01.2008 - 13h12min

Um comentário:

Anônimo disse...

Tempo, que tempo? em que tempo estamos? Quanto tempo nos resta? Quanto tempo perdemos? Será que ainda há tempo? Essa incógnita é a essência de nossa condição humana; ela que nos move às transformações da história. Tempo não é senão uma das facetas da nossa auto transformação que se manifesta de diversas maneiras, como bem consta de tua poesia, desde suas formas materiais de existência até suas formas espirituais. Toda existência está impregnada pela impermanência, pelo mistério, do Tempo. Ele é capaz de nos inudar de amores, nos levar a paixões, nos mergulhar em temores, imaginações de toda sorte transitam em nossos sonhos sem fim, enfim, uma infinidade de bagatelas, que de sensato nao tem nada, se não soubermos usá-lo. A diferença entre nossas expectativas e as nossas conquistas pode levar-nos a achar que o Tempo foi perdido.Mãos à obra! ainda há Tempo! Verão-outono-inverno-primavera - Cada um a seu Tempo. Parabéns!