quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Entrelaçar-se
A letra luta na folha vazia.
Escorrega entre as linhas,
nas entranhas da fala fria.
Foge do texto apócrifo, escrito por hipócritas
e seus acrósticos rotos
de bolhas de orvalho supostamente fresco
e emboloradas sombras mortas.
Um poema cresce na noite escura
enriquece o rito mágico da loucura
que não tarda, nem falha: desorienta.
Específicas são as esquisitices das horas
em que o poeta se vê diante do alpendre
e nada mais lhe resta a não ser a letra
a mesma letra, paralisada na fala fria,
escorregadia, insegura, descoberta...
Um poema pula o muro, resgata a alegria
no sereno da noite fria.
Um poema sem mais nada além do elo
que o une à alma deserta do poeta doente...
24.01.2008 - 13h46min
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