segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Hay tanto que decir... (II)
Dicionário na mão,
procuro A palavra.
Talvez A expressão.
Ou, quem sabe, A sílaba.
Letra? Ou silêncio?
Estará o silêncio no dicionário?
Não o significado, esse não quero.
Quero o sentido, a forma, o cheiro.
Quero o experimento, o gosto,
o suor no teu rosto.
O suor que senti no teu rosto.
O suor que sequei do teu rosto.
O suor que lambi no teu rosto.
Tanto a se dizer a respeito
e nenhuma expressão suficiente.
Nenhuma descrição suficiente.
Nenhuma narração suficiente.
Nenhuma metáfora, hipérbole,
ou qualquer outra figura.
Nenhuma língua, nenhum idioma,
nem o espanhol, nem o português.
Hay tanto que decir
pero no hay palabras...
E também não há o silêncio.
Uma pintura, uma escultura,
uma arquitetura, uma ranhura,
uma certa estranheza que nada
se consiga dizer... Não sei...
E também não há o quadro.
E não há a mão suficientemente firme
nem o olho suficientemente aguçado
nem o corpo suficientemente forte
pra demonstrar o que existe.
Hay tanto que decir...
Há tanto que sentir... Ainda... E novamente...
28.01.2008 - 02h02min
(Hay tanto, Roberto...)
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Um comentário:
Psiiuu...! Ouça a voz do silêncio e delicie-se com seus sons...pra que palavras se o coração não ouve...apenas sinta!
Soberbo! Supremo! Lindo texto.
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