
Se fico, sou presa fácil
a ver navios sem velas
sem velar o mar azul.
Se parto, morro na praia
esgueirando-me à toa
entre as palmeiras e os orvalhos
de madrugadas sem estrelas
de versos soltos sem poemas
de encantamentos derretidos
nas horas de absoluto pesar.
Se sonho, corro o risco
de acordar exausta e vazia
pra descobrir que o mundo é este
que rodeia minhas crinas
que rareia meus imprevistos
que diminui as possibilidades.
Se acordo, aceito o fato
do sol estar morrendo
do dia ser meu hoje
do riso real que sou aqui.
Se espero, desconfio.
Se desespero, confino.
Se construo, não sei.
Se sei, desenformo.
Torno novo o ontem feito.
Dito minhas próprias regras
meus fusos horários desordenados
minhas impressões escassas
na roda da vida no sono de agora.
A oportunidade estendida
tapete vermelho na escada
que sobe, não se sabe pra onde.
Mas sobe...
E eu não sei onde a opção.
E eu não sei onde a versão
do que é verdadeiro e forte.
E eu não sei onde a escolha.
E agora, Drummond?
Aos 31 minutos do dia 17.03.2008
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