segunda-feira, 17 de março de 2008

Castelos de areia


Construo castelos de areia.

Na beira da praia

as ondas que quebram

são língua de sereia

cântico de morte e encanto.



A filosofia não protege quem sabe.
A sabedoria não esconde quem foge.
A história não depende de quem morre.
Escolho as palavras exatas
que encolham o sentido do verbo
que ainda não encontrei.
Compreendo a sorte e planejo
a próxima estratégia para fugir dela.
Não trago ferimentos abertos
ou cicatrizes profundas
oriundas das dores e vertigens
de cegamente andar nas sombras
do que desconheço e do que busco
desintoxicada das convenções
impostas diariamente a todos os seres.
E aceito os açoites das terceiras intenções
que desconhecem os perigos que enfrento
ou que desdenham do que considero ilusão.
Sou contrária e ouço vozes alegres
que falam de coisas distantes que eu não vi.
Sou louca, originária de uma terra onde não nasci.
Sou impaciente, intolerante, intransigente.

E construo castelos na areia
e moro neles
e neles sou feliz....







Aos 49 minutos do dia17.03.2008

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