quinta-feira, 29 de maio de 2008

Companhia

Ele dorme. Adormecido entre os lençóis é quase um ente é quase um estranho entregue a sonhos que não posso alcançar. Descansa as provas das procuras por padrões que estilhaçam as vidraças e os fundos das lembranças guardados a sete chaves em chaveiros ovais. Ressona entre os travesseiros a cabeça pesada de sono leve feito operário feliz no primeiro dia de greve. Greve de insônia forçada. Por mim. Eu, responsável pelo cansaço e desalento do seu corpo. Eu, acostumada a atravessar horas escuras e insanas enquanto todos dormem, e que obrigo a companhia abençoada de/por/com ele. Hoje ele dorme e eu suspiro. Amanhã, ambos acordaremos. 29.05.2008 - 02h09min

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