segunda-feira, 12 de maio de 2008
Da importância da solidão
Não me pesa a solidão dos meus dias.
Velha companheira, não me vejo sem ela,
sem os seus acordes diários
nas frias madrugadas de outono
ou nas perfumadas tardes primaveris.
Amiga de todas as horas, ri comigo
e verte copioso pranto quando entristeço.
Conhece-me por inteiro, a solidão.
Mãe da noite, irmã do tempo,
sopra o calor do verão no peito frio
e é companhia certa,
certeira flecha embebida
em veneno poético lilás.
É ela que me permite o verso absurdo
colhido de sua fértil presença branca.
De sua saliva é que escorrem os verbos
que molham a folha carente da poesia
que verte dos meus dedos assim
meio que em cascata sem nexo
ou correção rítmica alguma...
É do ventre da solidão que nascem
meus escritos e minhas linhas tortas
as palavras mortas que o instante
insiste em ressuscitar.
Ela, a solidão...
12.05.2008 - 22h35min
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Um comentário:
este compartilhar solitário.
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A noite, o pranto, a dor, a inspiração...
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