segunda-feira, 12 de maio de 2008
Tons
O tom é um tanto grave
agudos são os ecos nas grutas
derramadas nas fileiras das frestas
das almas atormentadas por fantasmas
ensandecidos e musicais.
É grave o passeio pelas alamedas
cobertas de folhas secas,
soltas ao vento de outono,
nos frios dias de um maio gris.
É aguda a voz da gralha
que graceja da dor deixada pra trás.
As notícias não são as melhores
nem as perspectivas as mais azuis;
só os bois andam na frente dos carros
e os cavalos galopam nos campos
como se nada dissesse respeito a eles.
E nada diz.
Nem a ti, cego passante pela minha vida.
São os meus dias que assombram
a esperança de cores rosadas
e um amanhã que pertence a outrem.
São as esferas entortadas pela força
de uma história já escrita
que rege a orquestra da terra
e que permeia o silêncio da noite,
coruja insone de alma artista.
12.05.2008 - 20h34min
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