Para Quintana, que sopra versos ao vento, inda hoje.
Repara, observa, te concentra... percebes?
Eles vêm feito brisa suave. É preciso sentimento
e um tantinho de verdade, pra recolher seu toque nas faces.
Quintana, ah, Quintana, meu velho anjo-poeta...
Sentei-me ao seu lado.
Falamos de tudo um pouco
fantasmas, cadeiras de balanço,
anjos, ventos uivantes.
Ele ouvia mais que argumentava,
é verdade, é verdade, é verdade,
dizia, entre uma tragada e outra.
Passava a mão na cabeça calva,
sorria um sorriso largo
levemente a cabeça balançava.
E ouvia, sem pestanejar,
afinal era verdade que ele jamais
havia conseguido, em vida,
as asas ocultar...
27.05.2008 - 23h51min
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