sábado, 14 de junho de 2008
Vendedora de mentiras
Escoam entre meus dedos os fios de esperança
que um dia acreditei eternos
eternidade é um ponto obscuro
nalgum lugar perdido de mim;
um dia sonhei que o mundo era menos duro
que o sol pra todos brilhava
que a alegria estava ali, o tempo todo,
era só tomar posse. Simples assim.
Nada.
O sol aquece quem tem amigos influentes.
A alegria existe pra quem
tem maior habilidade de enganar.
Pra quem alcança a maior cota de mentiras
estipulada no início do mês,
entre os fingidos de plantão.
Entre meus dedos,
o último fio de esperança
insiste em se agarrar
à pele quente da minha mão.
Mas eu não quero.
Eu não creio mais.
Num sopetão, me livro dele.
Pronto.
Agora sou igual.
13.06.2008 - 22h17min
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