Café da manhã com uma ostra, um elefante
ele quer só, ela quer acompanhar
com sucos, iogurte, fruta do conde
em murros, pretume, gasolina
delicadeza e virilidade pra saborear.
Cruéis nós em dedos, suaves laços no cabelo
um filme de Kung Fu, lábios tocando um coelho branco.
Todas as guilhotinas, estradas, florestas, ruínas
revestidas de flores e regionais festas
desnudadas em aço e cidades imperiais.
Brindam com xícaras de líquido negro forte
nos anéis das madeixas dela,
saúdam as muralhas que avistam ao leste
sobre rugas na tromba elementar.
A vida se diluindo em cores
a morte desbotando na escuridão
a pérola, na pata do elefante
a ostra alada de orelhas plana.
Voar é criar raízes
viver é poetar
cair é ascender ao espaço
como tomar café sentado
ou colher fruta doce na ponta do pé.
*Escrito com Pedro Augusto (http://elefantesvoltam.blogspot.com/),
ENTRE ALGODÃO DOCE E ARAME FARPADO,
na fértil madrugada
do dia 15.07.2008 .
Valeu, Pedro!