terça-feira, 15 de julho de 2008
O grito
Descabidas combinações desiguais
em trôpegos mistérios baratos
de insensatos poetares vorazes
de canções e insetos esquálidos
na folha vazia de equilibradas constatações..
Escrevo pra discernir meus erros;
exerço o direito ao silêncio gritado
em que a boca se fecha
e as mãos se armam
de lápis e letras impressas.
Descrevo o murmúrio distante e frio
das vozes que se deixam enganar.
Espalho cinzas de sorrisos
- cantos de sereia -
nas linhas desertas
que ninguém mais lê.
Penélope, bordo o milagre em versos,
enquanto espero por ti.
15.07.2008 - 13h