sábado, 19 de julho de 2008

Ressuscita!

letras putrefam fadas feitos ressuscitam letras nas histórias mal contadas que nos obrigaram a engolir lajes de luz, pás de inspiração holofotes que confundem e depois enterram no quintal de papel os cegos mortos no tiroteio das frases olhos fechados em ataúdes no tinteiro vermelho líquido na ponta da flecha e na veia e no veio e sobre o travesseiro o indescanço arranhando a madeira a indecência disfarçada na esteira estendida na soleira da porta trancada a chave. Mortos! Mortos! Mortos! Que fazem ainda no chão? Não escutam o poetar nas árvores? Como ousam não erguer-se ao canto de um pássaro da manhã? Os ninhos foram construídos à noite enquanto mortais normais dormiam o sono justo dos que por justiça lutam e o horizonte alaranjado anunciou o amanhecer. Reflexo polido por deuses, aos clarins anunciando o resto azul que virá se prostrar até o instante silenciar-se em escurecer. Que esse leve trilar estremeça a vida Que conceda ao homem a chance De, das cinzas, renascer e viver em poesia outra vez.
02h – 19.07.2008
Com Pedro Augusto