quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Nada cabe no poema*
Tudo cabe num poema.
Tudo transborda de um poema.
Tudo vive num poema.
Tudo lateja num poema.
O meu amor.
O teu amor.
O ódio.
A guerra.
A dor.
Tudo transita num poema
feito carne crua, cicatriz exposta
e purulenta dessa nossa alma
desnuda e descabidamente exausta de mentiras.
Tudo cabe num poema.
Minha lágrima.
Teu riso.
Minha crença.
Teu descaso.
Minha estética.
Teu desânimo.
Minha desesperança.
Teu sustento.
Minha desarmonia.
Teu amparo.
Tua valia.
Teu carisma.
Teu medo.
Tua cara.
Minha cara.
Meu medo.
Meu desânimo.
Meu descaso.
Meu riso.
Meu pranto.
O prato vazio do mendigo da esquina.
Cabe nesse meu poema
O GRITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
20.08.2008 - Madrugada*Comentário deixado no poema NADA CABE NO POEMA, do grande Jorge Fernandes
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