terça-feira, 26 de agosto de 2008

Êxito

A sala vazia aguarda um movimento que o ponteiro do relógio trará. Alimento a corda que passa tique-taqueando devagar. Espalho estudos de nada no vácuo escuro. Recuo. Encontro facas pelo caminho e as perguntas não satisfazem as respostas que canso de garimpar mas que não espero descobrir. Experimento uma pitada de sal na ponta da língua do dia. Explico quase tudo o que não entendo e escrevo versos na tentativa frustrada de fuga. Evito. Tenho vontade de capa de chuva e paraglider. Essa minha vitalidade é quase uma afronta à miséria econômica da minha conta bancária negativa. Hesito. Nego minhas vestes poéticas e espreito teus pontos fracos pra ver se te alcanço no alto das tuas dores. Não apago as cores que te continuam conto nos dedos as vezes que não te quis e brinco de amnésia. A mesmice me apavora. As pontas das estrelas circulares alcançam o céu da tua boca e é lá que vou colher meu descanso. 26.08.2008 -14h24min

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