sábado, 6 de setembro de 2008

Gotas de chuva*

Sozinhos, os pingos são homens que passeiam à procura de tempestades, nas mãos das mulheres que deixaram de amar. Tormentas. Sem raios, sem ventos, sem dós nem piedades. Perdões extrapolam as letras e sopram obscenidades sobre as cortinas molhadas de grossos pingos azuis; quedas impossíveis de impedir. Chuvas são lágrimas pelo que não fizeram. Chuvas são gotas dos que gostaram, dos que tiveram, dos que amaram. Os pingos deixam de cair, quando encontram os 'is' e sobre eles se postam. Aposto que teu 'i' te aguarda n'algum canto desta noite vazia, sem amores... 06.09.2008 - 15h *Comentário para o poema GOTAS DE CHUVA, do fabuloso Jorge Fernandes

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