domingo, 7 de setembro de 2008

Mar

Ah, eu queria escrever-te um poema. Descrever tuas ondas que derrubam minhas resistências. Todas as minhas reticências. Eu queria escrever-te uma canção, que cantasse teus encantos enfeitiçasse qual canto de sereia, na alma de quem ouvisse: invasão. Mas a inversão de valores te trouxe pra praia, fez de ti um homem grande, forte, viril, sedento de mim sedento de ti mesmo e desses teus versos que acompanham o vir e ir das tuas ondas. Essas ondas que derrubam minhas resistências. Essas tuas ondas que desembarcam e desesperam meus obstáculos. Os obstáculos que insisto em erguer pra impedir teu avanço. Essas ondas que apagam minhas interrogações e molham minhas pernas bambas. Essas tuas ondas que acentuam minha dança quando explodem na praia, ensurdecedor marulho. Ensandecido murmúrio aos meus ouvidos sonolentos no início da manhã-surpresa em que me despertas marejando-me os olhos marcados pelas tuas íris castanhas. Meu Mar particular. Eu, tua areia úmida. Queria escrever-te um poema. Não consegui. Porque só sei te aMAR. Aos 45 minutos do dia 07.09.2008

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