quarta-feira, 18 de março de 2009

Delírios

*Daniel Cavalcante & Simone Aver

Flocos de talco flutuam próximo ao meu copo sujo O sangue suga a ferida da vida E assim toco meu gado uivante pra não dizer que o outono derreteu os meus calos A assadeira calunia a todos os descrentes na vinda do segundo Reich o absurdo desmente o medo que me amputa o sono Me torna homem-mulher, com cólicas, TPM e profusão de pêlos e desejos conecto com o mundo de Sofia e lambo os beiços da escuridão Somente para conseguir daquela acetinada o último grão-de-café de Shambala dentro do bolso da calça rasgada, todas as histórias de Sherazade Nuredim nunca nevou no norte da Noruega mas ao Sul do Equador, os gritos de adeus confundem-me os ouvidos É tanto furacão, tanto transporte... As pessoas voam como pedriscos dentro de sapatos de gigantes Cuidado! Criar asas é arriscar-se à peste da insanidade! Procuro uma coisa que não tem nome nem cara, gosto ou cheiro. Apenas fulgor. E quem disse que o peito não bate mais forte, quando nasce uma alegria? 15.03.2009 - 01h30min

**Ilustração: Barco da Loucura, de Hieronymus Bosch, In:

http://porcaseparafusos.blogbrasil.com/archives/2005_04.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindeza que ficou nossa criação! *bate a terra oleosa do avental de jardineiro e tira o suor da testa*