Diminuo a produção
de argumentos coerentes.
Emito um apanhado
de sem-sentidos tolos
e desperto do pesadelo.
Intacta,
arranco os curativos
e aventuro-me em nova busca.
Meus olhos faíscam
os fios vermelhos
encaracoladamente soltos
que adornam a satisfeita face
de fase desdita
que inicia outra tormenta.
Pactuo
com teus traços
que sombreiam as ondas
de mares distantes
-águas que meus pés não molharão-.
Documento é meu dizer
talhado a ferro e fogo
n'alma que se debate
entre o que É e o que se não vê.
Cato feijão
na melódica curva do vento
que o tempo insiste
em me ocultar.
Mergulho meus medos na luz dos teus olhos.
Os passos não passam da porta.
Empalho as cores
de cabeça pra baixo
desvirginando silenciosas madrugadas
sem teus risos
sem teus brios
sem teus contornos.
Sem mim.
07.03.2009 - 14h57min
Um comentário:
É difícil decidir entre retomar a respiração e me deixar cair nessa vertigem...Melhor é respirar e bem fundo, pois não saberia voltar e nem iria querer. Entretanto parti nessa viagem. A beleza dos teus versos maquilam os perigos que me espreitam, é como o cantar da sereia em busca da sua presa...A temeridade me atrai, o perigo do distante incógnito, me faz partir atrás do velo dourado! Agora sou um Argonauta, não quero voltar sem meu tesouro, sem conhecer a que está "oculta na curva do vento"..Perigos, a Cólquida desconhecida, nada me inspira medo.. Apenas um pequeno espelho me fez voltar.
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