sábado, 7 de março de 2009

Nada

Diminuo a produção de argumentos coerentes. Emito um apanhado de sem-sentidos tolos e desperto do pesadelo. Intacta, arranco os curativos e aventuro-me em nova busca. Meus olhos faíscam os fios vermelhos encaracoladamente soltos que adornam a satisfeita face de fase desdita que inicia outra tormenta. Pactuo com teus traços que sombreiam as ondas de mares distantes -águas que meus pés não molharão-. Documento é meu dizer talhado a ferro e fogo n'alma que se debate entre o que É e o que se não vê. Cato feijão na melódica curva do vento que o tempo insiste em me ocultar. Mergulho meus medos na luz dos teus olhos. Os passos não passam da porta. Empalho as cores de cabeça pra baixo desvirginando silenciosas madrugadas sem teus risos sem teus brios sem teus contornos. Sem mim. 07.03.2009 - 14h57min

Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

É difícil decidir entre retomar a respiração e me deixar cair nessa vertigem...Melhor é respirar e bem fundo, pois não saberia voltar e nem iria querer. Entretanto parti nessa viagem. A beleza dos teus versos maquilam os perigos que me espreitam, é como o cantar da sereia em busca da sua presa...A temeridade me atrai, o perigo do distante incógnito, me faz partir atrás do velo dourado! Agora sou um Argonauta, não quero voltar sem meu tesouro, sem conhecer a que está "oculta na curva do vento"..Perigos, a Cólquida desconhecida, nada me inspira medo.. Apenas um pequeno espelho me fez voltar.