sábado, 7 de março de 2009

Tendas nos desertos, enlameadas de sol

Sombra d'água corrói
o obstáculo insuspeito.
Lavo de poeira os mitos..
Sou louca de força e camisa de pedra
- a de vênus, esculpi no leite
do teu corpo escorrido -.
Meu nome pintado no muro de tinta
pro orvalho beijar.
Esqueço a primeira estrofe
da canção que jamais ouvi.
Risco um fósforo
e ascendo às nuvens.
Restauro minhas dúvidas
e os açoites da vida
são feridas permanentes
que aprendi a curar.
Meus segredos purgam estrelas
estalam as bolhas de luz
que pingam nas partituras
rascunhadas no almaço
amassado de gomos
e remédios crus...
07.03.2009 - 13h08min

Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

Começas num sussurro, passando por um lamento..Chegas ao grito eloquênte..Depois pousas suavemente na mais real circunstância e: Constatação!
Não tem remédio. A maneira que transformas momentos simples em poesia, é muito bonita!
Abraços