domingo, 26 de abril de 2009

Não vi!

E eu não aceitei
o copo cheio de digitais
entre os destroços
das vias que não voltam mais.
E eu não aceitei
o brilho da carcaça
errata impressa de letra
desdita sinuosamente
feito clarão de lua
em noite de tempo quente.
E eu não aceitei
a prisão
a pressão
a impressão de estar nua
sob os olhares divinos
dos divididos instantes
dos paradoxos desconexos
dos distintos censores
de duvidosas morais
(porque eles são muitos
eles são quase irreais).
E o X da questão eu não vi.
E o princípio ativo do sopro
que me pegou de surpresa
e me atirou no abismo
eu
não
vi
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas os tijolos foram postos
nos muros das ruas
que percorri.
Mas os estilhaços cortaram
os riscos dos vidros
que eu recolhi.
Mas os supostos estorvos
e os solavancos
e os olhos estreitos
debaixo dos panos
brotaram
I
M
E
N
S
O
S
e ergueram castiçais de prata
por onde escorrem ceras coloridas
de velas apagadas
que eu jamais acendi...
26.04.2009 - 20h

2 comentários:

Gitano Andaluz disse...

EScrever prá ser mais ainda: Ali na pontinha de um sorriso! A razão e a fonte dos sorrisos! Continue sempre! Teus versos são sempre repletos de razões, ainda que não sejam as minhas! Saudações Poéticas

Simone Toda Poesia disse...

GITANO! Faz um século que não te vejo, rapaz! Como andam as coisas? Que bom que tens vindo dar uma olhadinha no meu blog de vez em quando... Serás sempre bem-vindo. Continuas publicando lá? Bjs