sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sem ponto final

talvez tudo gire em círculos e gere um sem número de urgências talvez nada termine de fato ou de fato nada comece talvez nada aconteça talvez os exageros escorram pelos lados da boca do dia em etílicas convulsões talvez o desejo permaneça fetal eternamente fetal té que um beijo terno o torne fatal talvez a noite entorne o cansaço e o frescor entoe uma nota qualquer um esboço de prelúdio da ópera de uma vida dividida talvez o fole não seja suficiente e a improcedência da saliva encontre um canto ardente talvez a frase dance no ar e a aranha não arranhe o jarro nem brinque de saci-pererê nas bordas da janela da idade que a vaidade insiste em esconder talvez a hostilidade seja eterna e a ética não passe de uma palavra oca um toque estético pra negligência talvez não seja nada disso e a obrigação seja desmentir o todo e reescrever uma outra história nova
Atravesso a rua sem olhar para os lados e nem ouço as buzinas que obviamente voarão sobre meus ombros; pés descalços n'água gelada; concentração imperdível de uma dimensão diferente que depende do susto pra sobreviver; arranco os assoalhos e sobrevoo a torre de papel de seda; amasso os sombrios suspiros e descubro não saber se aprendi ou se desisto de ler
28.08.2009 - 19h10min

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