Atravesso a rua sem olhar para os lados e nem ouço as buzinas que obviamente voarão sobre meus ombros; pés descalços n'água gelada; concentração imperdível de uma dimensão diferente que depende do susto pra sobreviver; arranco os assoalhos e sobrevoo a torre de papel de seda; amasso os sombrios suspiros e descubro não saber se aprendi ou se desisto de ler
28.08.2009 - 19h10min
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Sem ponto final
talvez tudo gire em círculos
e gere um sem número de urgências
talvez nada termine de fato
ou de fato nada comece
talvez nada aconteça
talvez os exageros escorram
pelos lados da boca do dia
em etílicas convulsões
talvez o desejo permaneça fetal
eternamente fetal
té que um beijo terno o torne fatal
talvez a noite entorne o cansaço
e o frescor entoe uma nota qualquer
um esboço de prelúdio
da ópera de uma vida dividida
talvez o fole não seja suficiente
e a improcedência da saliva
encontre um canto ardente
talvez a frase dance no ar
e a aranha não arranhe o jarro
nem brinque de saci-pererê
nas bordas da janela da idade
que a vaidade insiste em esconder
talvez a hostilidade seja eterna
e a ética não passe de uma palavra oca
um toque estético pra negligência
talvez não seja nada disso
e a obrigação seja desmentir o todo
e reescrever uma outra história
nova
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